A trama de Bring Her Back (2025) acompanha dois irmãos, que logo após a repentina morte do pai, precisam ir morar em um lar adotivo. Apesar de faltarem poucos meses, Andy ainda não completou a maioridade e portanto não pode morar sozinho e nem ter a tutela de Piper, sua meia irmã. Ela é cega e não quer se tratada diferente, mas Andy está sempre ao seu lado.
Eles partem para o seu novo lar, uma casa isolada em uma floresta, e lá são recebidos por Laura, sua mãe adotiva. Uma mulher de personalidade intensa e peculiar, cheia de energia, ao mesmo tempo em que lida com o luto pela morte de sua filha Cathy há alguns anos. Na casa também mora o reservado Oliver, outro garoto também adotado por Laura. A linha cervical do enredo é toda construída na relação dos personagens com o luto.
Apesar do elemento sobrenatural estar presente, não é um terror de “medo”. É um terror de “angústia”. Esse sentimento predomina no espectador por todo o filme. Algo parece estar desalinhado dentro dessa atmosfera opressiva, impregnada de tensão. Temos cenas fortes, há violência e o silêncio chega a ser desconfortável.
Sally Hawkins entrega uma performance visceral como a figura materna perturbada consumida pela dor. Os jovens atores Billy Barratt e Sora Wong entregam autenticidade como irmãos, numa aura de fragilidade dolorosa. É uma trajetória triste, provocando o espectador e levantando questões como “até onde estaríamos dispostos a ir para manter alguém conosco?”
A intenção dos diretores aqui, claramente é provocar, desafiar e deixar cicatrizes. É um filme que exige bastante do espectador, mas recompensa com um roteiro maduro, doloroso e intensamente memorável. Em termos gerais é o típico filme A24, e se era para provocar e incomodar, atingiu o seu objetivo, onde pelo menos por aqui, após o término, ficamos digerindo sua conclusão. Por esses motivos, e sem entregar muito mais, SUSPIRO E ARREPIO RECOMENDA!
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