O filme Night of the Hunted (2023) do diretor Franck Khalfoun, não é o seu melhor trabalho, porém, ele é aquele profissional que sempre traz interessantes discussões mais profundas, imersas em meio a trama apresentada, e por isso merece um pouco mais de atenção. O filme é um remake de La Noche del Ratón / A Noite do Rato (2015), de David R. Losada. A história nos apresenta a Alice, uma profissional responsável pela mídias sociais de uma empresa farmacêutica, que junto de seu colega John, está voltando de carro de uma conferência. Ela não deve se atrasar, já que tem um compromisso muito importante como seu marido Eric, que a aguarda.
Desde o início já fica claro que Alice se encontra em uma situação pessoal deveras complicada, que ficará ainda pior ao parar em um posto de gasolina para abastecer. Enquanto John cuida do combustivel, Alice entra tranquilamente na loja de conveniência, até que se depara com uma parede cheia de sangue atrás do balcão de atendimento. Alice tenta correr mas é interrompida ao ser alvejada por um atirador escondido em um grande outdoor em frente ao posto, do outro lado da estrada. Curiosamente, nesse outdoor está escrito “GODISNOWHERE” , tudo junto, podendo ser traduzido como “Deus está aqui agora”, ou “Deus não está em lugar nenhum”. O destino de Alice, ou melhor dizendo, o que parece ser seu julgamento, está tem andamento, e ela será confrontada por todas suas escolhas feitas até esse momento.
Quem garante isso é o atirador, que carrega o esteriótipo já conhecido de outros filmes, do ex-militar frustrado, que falhou como marido e pai, e que trava de maneira radical, uma eterna batalha contra o sistema governamental e as grandes instituições e blá bla blá… Mas justiça seja feita, o diretor toma o cuidado de não tomar partido nenhum, e faz com que o vilão levante observações válidas e importantes, ao mesmo tempo em que temos uma vítima acossada em um cenário claustrofóbico, fazendo de tudo para garantir sua sobrevivência e a de clientes aleatórios que venham a aparecer pela madrugada. Destaque para a atriz Camille Rowe no papel de Alice, entregando uma performance bem crível e intensa. Ela já tinha chamado a nossa atenção no filme The Deep House (2021). Nós gostamos da história, mas ela apresenta aquele tipo de desfecho que não agradará muita gente. Para quem não conhece, vale a pena uma conferida nos outros filmes de Franck Khalfoun. Por esses motivos, SUSPIRO E ARREPIO RECOMENDA!
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