A história começa com uma mulher dirigindo pela noite até chegar às margens de um rio, onde abandona um cadáver. No dia seguinte, após o corpo ser encontrado por pescadores, o Dr. Génessier é convocado pela polícia a verificar se a vítima é Christiane, sua filha desaparecida. Depois da confirmação, Christine é sepultada, e em seguida é revelado que a mulher que abandonou o corpo no rio, é Louise, assistente do Dr. Génessier. Ao mesmo tempo em que a polícia investiga o estranho caso do desaparecimento de garotas com olhos azuis, fica claro que a devotada Louise é a responsável.
Ela se aproxima amigavelmente dessas garotas, que geralmente precisam de alguma coisa, e depois de lhes oferecer auxílio, elas são raptadas. Tudo isso é feito a mando do Dr. Génessier, que precisa de garotas que tenham características faciais muito próximas de sua filha Christiane, que na verdade está viva e escondida em casa. Um recente acidente de automóvel, pelo qual o Dr. Génessier foi o responsável, deixou o rosto de Christiane completamente desfigurado, e desde então, ela vive infeliz e reclusa, usando uma máscara bizarra. Cheio de culpa, o Dr. Génessier segue com seus procedimentos de enxertos, tentando transplantar a pele do rosto das garotas raptadas em sua filha, custe o que custar. Suas bizarrices também se estendem a vários cães enjaulados no porão, com os quais ele segue fazendo experimentos como base para suas pesquisas.
O filme foi dirigido por Georges Franju, de quem gostamos bastante e até recomendamos uma conferida em sua filmografia. Seu trabalho apresenta influências do surrealismo e expressionismo, criando um aspecto visual que ele acreditava ser responsável por definir as características de um diretor. Com uma bela fotografia de fundo e com boas interpretações, o diretor consegue despertar o espectador com pitadas de choque de horror. A máscara de Christiane, fria, onde só os olhos expressam emoção, já é bem perturbadora. Fugindo do comum a época, é interessante como o diretor compõe uma cena trazendo mais veracidade, aproveitando-se de uma janela onde um trem passa por uma ponte ao fundo. Sendo um filme francês, pontos de vista como esses acabam se sobressaindo a uma produção americana, onde tomadas como essa eram feitas com cenografia em estúdio. O filme é muito lembrado pela peculiar cena da cirurgia. Les yeux sans visage / Os Olhos Sem Rosto (1960) ou Eyes Without a Face como foi intitulado nos EUA, se transformou em um clássico cult e influenciou vários outros filmes. Entre eles, Gritos en la noche (1962), Faceless (1988), Atom Age Vampire (1961), Corruption (1968), The Skin I Live In (2011) e Face/Off (1997). O cantor Billy Idol também baseou-se no filme para compor o seu hit Eyes Without a Face, lançado em 1983 no álbum Rebel Yell. Por esses motivos, SUSPIRO E ARREPIO RECOMENDA!
Rotten Tomatoes: 🍅96% Tomatometer / 🍿87% Audience Score
IMDb: 7,6
País: França, Itália
Direção: Georges Franju
Roteiro: Pierre Boileau, Pierre Gascar, Thomas Narcejac, Jean Redon, Claude Sautet
Produção: Jules Borkon
Elenco: Pierre Brasseur, Alida Valli, Édith Scob, Juliette Mayniel, François Guérin
Distribuidora: Rialto Pictures, United Artists, Lopert Pictures Corp.
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