Esse filme francês do iniciante Dominique Rocher nos apresenta um ensaio sobre as relações sociais e como isso pode se tornar um fator determinante no que se refere ao comportamento humano perante uma situação absurdamente adversa e fora de controle. É baseado no livro de mesmo nome mas com algumas diferenças pois o autor Pit Agarmen (pseudômino e também um anagrama de Martin Page) não queria uma adaptação exata de sua obra.
Poster do Filme
A história começa com um músico chamado Sam chegando a uma festa com muita gente num apartamento e aí já percebemos como ele é reservado. Não mistura-se com as pessoas, fica isolado e introspectivo aguardando uma brecha para falar com a anfitriã onde subentende-se que é sua ex-namorada que ao se mudar levou por engano uma caixa com suas fitas de gravações. Ela pede para ele esperá-la numa sala e Sam vai, acha a caixa e acaba adormecendo num sofá. Ao acordar e abrir a porta e sair pelo apartamento, ele se depara com tudo revirado e com sangue espalhado pelas paredes e pelo chão. Apreensivo sem entender nada ele então é surpreendido por alguns zumbis, inclusive sua ex.
Aos poucos ele percebe que não só o prédio foi acometido pela situação, mas as ruas de Paris estão tomadas por mortos-vivos. A partir daí, sozinho, isolado num apartamento, Sam passa a sobreviver no prédio organizando-se como pode, estocando a comida encontrada, marcando os dias, monitorando as ruas e fazendo reconhecimento através da janela. Até coisas que pareceriam fúteis a essa altura como produzir suas músicas se tornam rotineiras, e isso pode ser fundamental para manter sua lucidez. Será? Tudo pode mudar no momento que Sam perceber que talvez não seja o único sobrevivente, e os dilemas que virão com isso complementarão a estrutura dessa narrativa.
O ator Anders Danielsen dita bem o ritmo do filme, apresentando um ser humano submetido aos temores de uma nova realidade subversiva e suas implicações. É interessante como se dá a discussão do quanto podemos ser auto-suficientes numa realidade onde pequenas coisas como escutar a gravação de conversas aleatórias de pessoas desconhecidas podem se tornar o seu último elo de ligação com a civilização antes estabelecida.
As captações de cena, principalmente no que diz respeito as panorâmicas da cidade nos trazem um senso de realidade maior. Por esses motivos, SUSPIRO E ARREPIO RECOMEDA!
IMDb: 6,0
País: França
Direção: Dominique Rocher
Roteiro: Pit Agarmen, Jérémie Guez, Guillaume Lemans
Produção: Carole Scotta
Elenco: Anders Danielsen Lie, Golshifteh Farahani, Denis Lavant, Sigrid Bouaziz, David Kammenos
Distribuidora: Blue Fox Entertainment
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