A história de Weapons / A Hora do Mal (2025), começa com a voz de uma garotinha, narrando o estranho fenômeno que recaiu sobre sua cidade. Certa noite, enquanto todos dormiam, um total de 17 crianças saíram correndo de suas casas e nunca mais foram vistas. Todas essas crianças são alunas da sala de aula comandada pela professora Justine. Devido a isso, toda a comunidade culpa Justine ao mesmo tempo em que cobram a ineficiente investigação da polícia que após meses não tem nenhuma pista.
Entre os pais, Archer é o que se destaca batendo na tecla do por quê só os alunos de Justine sumiram e que segredos ela pode estar escondendo. Claro que tanto esse pai quanto a professora farão cada um sua próprias investigações. Outro detalhe curioso e que levanta mais questões é que Alex é o único aluno de Justine que não desapareceu. Está armada toda a misteriosa estrutura desse enredo que manterá a atenção do espectador até o seu final.
É fato que o trailer perturbador chamou a atenção de toda a comunidade do gênero. O marketing contido também foi muito eficaz, em tempos em que os estúdios entregam praticamente tudo antes do lançamento de um filme. Resistir a essa tendência foi o primeiro destaque da produção dirigida por Zach Cregger que já chamava a atenção por seu trabalho em Barbarian / Noites Brutais (2022). Seus roteiros trazem um novo fôlego dentro de um cenário que sofre seja pela falta de originalidade ou pela saturação em remakes ou reboots de franquias já desgastadas. Zach não tem medo, ele mergulha de cabeça no seu processo criativo além de respeitar e buscar conhecimento na velha guarda, como por exemplo o diretor David Fincher, que ele até agradece nos créditos finais. Ele também já citou como é um fã incondicional de David Lynch e Paul Thomas Anderson, e é possível perceber aqui essa energia presente. Todo esse cuidado e pesquisa de Zach resulta na alta qualidade dessa história que é contada de maneira muito eficiente através de várias perspectivas e sempre provocando o espectador a questionar coisas do tipo: “como esse personagem se encaixa nisso?” ou “por que isso é relevante?”. O diretor faz isso tanto pela maneira como conduz o ritmo da ação de seus personagens quanto pela composição de cenas, às vezes com simbologia ou não, carregadas de metáforas ou não. Como dissemos antes, provocativo. O filme chega sim a um desfecho ao mesmo tempo em que pode deixar espectadores criando teorias sobre outros determinados aspectos que compõe a história. Os personagens são complexos e muito interessantes e cativantes, justamente pelo aprofundamento realizado através de seus próprios pontos de vista. A ambientação da cidade, a fotografia escura e todo o trabalho em relação ao som é de primeira qualidade. Quando você levar um sustos daqueles, saberá o que estamos dizendo. O filme não banaliza os jumpscares, mas sim, temos sustos muito bem dosados. Sem mais, é um filme para assistir no cinema, e com certeza ficaremos de olhos bem abertos aos próximos trabalhos de Zach Cregger, que já possui uma assinatura própria e marcante. Aliás, ele é o diretor do próximo filme da franquia Resident Evil, que deverá ser lançado em 2026. Ele já disse que será uma história original. Por todos esses motivos, SUSPIRO E ARREPIO RECOMENDA!
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