Estávamos curiosos após o lançamento do filme Prey / O Predador: A Caçada (2022), para saber aonde o diretor Dan Trachtenberg nos levaria, e isso ficou muito claro a partir da animação Predator: Killer of Killers / Predador: Assassino de Assassinos (2025). Tivemos então uma abordagem diferente em relação a mitologia desses alienígenas caçadores, os Yautja, que já tem sido amplamente explorada em romances e histórias em quadrinhos desde os anos 90. Agora estamos aqui em o Predator: Badlands / Predador: Terras Selvagens (2025), com o diretor mergulhando diretamente no mundo Yautja.
É correto dizer que foi uma decisão muita arriscada, porém muito necessária de focar e explanar a dinâmica da relação e comportamento desses seres. Afinal de contas é inevitável quebrar o consagrado aspecto do alienígena silencioso e ameaçador, que se espreita ao redor da presa, desde lá o primeiro filme de 1987. Aqui é preciso mostrar eles falando, a relação em família, seus costumes e portanto revelar, digamos assim, um lado “humanizado”. Não tínhamos visto isso dessa maneira, mas sim, eles expressam emoções, um irmão se preocupa com o outro e parentes entram em conflito. A história basicamente gira em torno de Dek, um jovem Yautja de temperamento explosivo que busca sua provação como guerreiro para ganhar a admiração de seu pai que o acha fraco. De linhagem nobre, a jornada de Dek é penosa já que seu pai é líder do clã, acentuando ainda mais o peso sobre seus ombros. Mas o fator determinante nessa empreitada é a amizade com Kwei, o irmão mais velho de Dek, e filho preferido e valorizado.
A história de Dek começa em seu planeta natal Yautja Prime, mas seu percurso o levará até o planeta Genna, onde ele pretende matar uma lendária e selvagem criatura. No caminho ele acaba cruzando com Thia, uma sintética que faz parte da grande corporação Weyland-Yutani, respectiva aos filmes da franquia Alien. Não é a primeira vez mas aqui nós temos de fato a consolidação canônica entre esses mundos. O núcleo de Thia formado por uma equipe de sintéticos, representa a proximidade com os seres humanos além de dialogar com a filosofia presente no filme Blade Runner (que também já acenou com elementos presentes na franquia Alien), sobre identidade, consciência e do que significa ser humano. É muito interessante como se dá a discussão sobre correlações, pois há muita analogia entre Dek e seu clã assim como Thia com seus semelhantes. É uma jornada de autoconhecimento para ambos, então há esse aprofundamento bem desenvolvido sobre os personagens. A ambientação selvagem do planeta Genna, que é um personagem a parte, é muito bem construída e enriquecida com as cenas de ação. Outra característica que se destaca é a edição de efeitos sonoros, realmente muito visceral. O resultado é um excelente filme ação e fantasia scifi, que apenas amplia a mitologia dos Yautja, sem eliminar nada feito anteriormente. O diretor simplesmente transferiu a linguagem do que já era feito nos quadrinhos para as telas, trazendo uma energia que não víamos há um bom tempo. Aliás, recomendamos os quadrinhos do Predador atualmente publicados pela editora Panini. As opiniões serão diversas, mas o azar é do “fã xiita” que não der uma chance para assistir e ler e se divertir com uma boa história. Aguardamos mais do que virá, pois é exatamente essa a sensação após a saída do cinema. Queremos mais! Até porque queremos saber “como” e “se” vamos ter uma amarração com os eventos pós créditos da animação Predator: Killer of Killers / Predador: Assassino de Assassinos (2025). Por esses motivos, SUSPIRO E ARREPIO RECOMENDA!






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