A direção e o roteiro de Demonic / Na Mente do Demônio (2021) é creditada a Neill Blomkamp, mas sinceramente não encontramos nenhum vestígio de seu trabalho, a não ser pela presença da tecnologia, um tema recorrente em seus enredos. Na história, quando Carly ainda era uma jovem, sua mãe Angela assassinou deliberadamente dezenas de pessoas, sendo a maior parte em uma casa de repouso onde causou um incêndio e em uma igreja local, envenenando seus membros. Depois de presa, ela nunca mais quis saber de sua mãe.
A investigação nas memórias de Angela, mostram sinais da presença maligna de uma antiga entidade, possuidora de corpos. Esse filme traz a difícil missão de juntar terror e ficção científica. Nesse caso aqui é preciso muita habilidade para não anular os gêneros e o terror não funciona de maneira nenhuma. A trama não é bem construída, a mitologia sugerida não se sustenta, os acontecimentos e argumentos são rasos e aleatórios, assim como a entidade maligna é muito mal produzida. Não existe o perigo iminente em nenhum momento da história. O filme parece querer beber de elementos de The Cell / A Cela (2000) e Priest / Padre (2011) mas não chega a lugar algum. Existe uma grande organização de padres combatentes, atuando nas sombras, mas que não faz o menor sentido e tão pouco é aproveitada. A ficção científica tem mais espaço, mas também não apresenta uma parte gráfica satisfatória. Os efeitos parecem de pelo menos 20 anos atrás. No que diz respeito a ambiência, Terror em Silent Hill / Silent Hill (2006) poderia ter sido uma referência, mas ao invés do tom sombrio, a realidade virtual é composta de cores saturadas com muita iluminação, tirando uma cena de corredor escuro, prejudicada nesse caso com o pobre figurino do vilão. A realidade é virtual mas o monstro é um cara vestindo uma roupa. Ainda não sabemos se a razão de tanta precariedade pode ter sido o período de pandemia, mas referente aos trabalhos de Neill Blomkamp, foi um orçamento muito modesto comparado a seus sucessos District 9 / Distrito 9 (2009) e Chappie (2015). De alguma forma, talvez pela curiosidade, o filme nos manteve até o final, mas ele é bem monótono. Por esses motivos, SUSPIRO E ARREPIO DEIXA POR SUA CONTA E RISCO!
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