PERSONALIDADE - Emanuele Taglietti


 

Emanuele Taglietti é um ilustrador nascido em 1943 em Ferrara, Emilia-Romagna na Itália , conhecido por suas contribuições marcantes no campo da arte pulp, especialmente em capas de livros e revistas. Desde cedo, demonstrou um interesse singular pelo macabro, influenciado pelo universo dos filmes de terror italianos. Seu pai, Otello, era pintor e decorador. Durante os anos 1960, Otello trabalhou como cenógrafo em filmes dirigidos por seu primo, o renomado diretor Michelangelo Antonioni. Emanuele frequentemente acompanhava o pai nos sets de filmagem, e sua associação com o cinema de terror foi fundamental para sua carreira. Após estudar em uma escola de arte local, Taglietti aprofundou seus conhecimentos em design no Centro Experimental de Cinematografia, em Roma. Ele trabalhou como decorador e assistente de direção em cerca de trinta filmes, incluindo Giulietta degli spiriti (1965), de Federico Fellini, e Mordi e fuggi (1973), de Dino Risi. Nos anos 1970, os quadrinhos italianos em formato de bolso (fumetti) estavam em alta.








Taglietti se tornou um ilustrador para a Edifumetto, a maior editora de fumetti na Itália. Suas mais de 500 capas adornaram títulos como “Zora, a Vampira”, “Sukia”, “Máfia”, “44 Magnum” e “Wallestein, o Monstro”. Sua habilidade em transmitir o terror e o suspense por meio de suas ilustrações o tornou um dos artistas mais requisitados do gênero. Ele se tornou uma referência no campo da arte pulp, influenciando gerações posteriores de ilustradores e artistas do cinema. As capas de Taglietti eram uma combinação irresistível de terror e erotismo, onde ele retratava vampiras sensuais, monstros grotescos e cenas de violência com maestria. A relação de Taglietti com o cinema não se limitava apenas à inspiração de suas obras, mas também se estendia à colaboração direta com a indústria cinematográfica italiana. Ele foi responsável por criar pôsteres promocionais para diversos filmes de terror e suspense, contribuindo significativamente para a divulgação e o impacto visual dessas produções. No final dos anos 1980, a popularidade dos fumetti começou a diminuir. Taglietti deixou a Edifumetto e se dedicou à pintura a óleo. Infelizmente, quando solicitou a devolução de suas obras originais, descobriu que todas haviam sido roubadas. Se aposentou do ensino em 2000 e continuou a pintar murais e aquarelas. Em 2016, voltou a criar capas de quadrinhos para a empresa Annexia. Segue sendo lembrado não apenas como um ilustrador talentoso, mas também como um mestre do macabro, cujo impacto ressoa até os dias de hoje, transcendendo o tempo.

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