FILME - Splice / Splice - A Nova Espécie (2009)


 

Temos aqui em Splice / Splice - A Nova Espécie (2009) um filme que combina elementos de ficção científica e terror, resultando em uma visão sombria e provocativa sobre os limites da ciência e da humanidade. Claramente o seu ponto de partida é Frankenstein (1931), mas dito isso não nos referimos somente a essência da história, mas também a produção como um todo, já que ela parece uma verdadeira colcha de retalhos, apresentando características de filmes como Alien (1979), The Fly (1958/1986) e Eraserhead (1977).




A trama nos apresenta os cientistas Clive e Elsa, que desenvolvem uma pesquisa dentro de uma grande empresa de bioquímica, onde, buscando melhorias para a medicina, manipulam DNA na criação de híbridos animais. Em dado momento, mesmo a gananciosa empresa vê um problema ético a ser barrado, pelo menos antes que se obtenha um real lucro com a pesquisa. Frustrados por serem interrompidos, os cientistas vão desafiar as normas éticas ao criar um ser vivo híbrido humano-animal, escondidos em seu laboratório. A criação que acaba sendo batizada de Dren, é apresentada como uma entidade complexa, com características que desafiam as noções convencionais de identidade e moralidade. Seu desenvolvimento e crescimento é incrivelmente muito mais acelerado, e seu lado emocional em pouco tempo acaba não sendo o mais estável. A dinâmica entre os personagens principais também contribui para a intensidade do filme, especialmente à medida que Clive e Elsa enfrentam dilemas éticos e emocionais decorrentes de suas ações.






As interações com Dren adicionam mais complexidade à história, questionando a natureza do amor, da responsabilidade e dos limites da ciência. A maneira como isso é conduzido é um grande destaque do filme, já que leva o espectador a diferentes percepções e conclusões no decorrer da história. O que diferencia Splice de outros filmes de ficção científica e terror é a maneira como ele combina esses dois gêneros. Embora o filme tenha muitos dos elementos típicos do terror e suspense, criando uma atmosfera de medo, e até mesmo algumas cenas de violência, ele também levanta essa questões que citamos sobre a ciência e a moralidade, mas de uma maneira bem profunda, para de fato nos incomodar. Existe uma “perturbação constante” no ar, até o final do filme. É muito interessante a maneira como a trama usa a ciência como uma fonte de medo. A ideia de criar vida em laboratório é emocionante, mas também assustadora, e essa dualidade é explorada de modo eficaz. É uma produção provocativa, com um enredo e personagens complexos que somados a sua abordagem visual fascinante, se destaca como uma obra que vai além dos limites do gênero. Por esses motivos, SUSPIRO E ARREPIO RECOMENDA!





Rotten Tomatoes: 🍅75% Tomatometer / 🍿37%
Audience Score IMDb: 5,8

País: Canadá, França
Direção: Vincenzo Natali
Roteiro: Vincenzo Natali, Antoinette Terry Bryant, Doug Taylor
Produção: Steven Hoban
Elenco: Adrien Brody, Sarah Polley, Delphine Chaneac, Simona Maicanescu, David Hewlett, Abigail Chu, Brandon McGibbon, Jonathan Payne
Distribuidora: Warner Bros. Pictures

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