FILME - Dracula's Daughter / A Filha de Drácula (1936)


 


Vamos só recapitular que o filme Drácula (1931) tem o seu desfecho com o protagonista levando uma estaca bem no peito enquanto Mina é resgatada. Dito isso, alguns momentos depois a esses acontecimentos temos o ponto de partida de sua sequência, Dracula's Daughter / A Filha de Drácula (1936). A história começa com a polícia chegando a cena onde se encontram os corpos de Renfield e de seu mestre Conde Drácula. Junto a eles está Von Helsing (anteriormente chamado de Van Helsing) para dar as explicações necessárias e prestar contas as autoridades já que ele foi o carrasco de Drácula.


Esse é o primeiro foco do enredo, onde a situação de Von Helsing logicamente se complica perante a justiça já que ninguém acredita na história de vampiros, e ele precisará da ajuda do multifunções Dr. Jeffrey Garth que além de médico é também oficial da Scotland Yard. Ele é ex-aluno de Von Helsing e apesar de não acreditar em superstições, ele acredita em seu mestre. Uma das falas de Von Helsing que deixa Jeffrey pensativo é “quem pode definir a linha divisória entre as superstições de ontem e os fatos científicos de amanhã?”. Para aumentar ainda mais o mistério em torno do caso, o corpo de Drácula desaparece da base da polícia, logo após a presença de uma estranha mulher. Em paralelo agora temos outro foco em torno da Condessa Marya Zaleska, e que na verdade é a filha de Drácula. Ela queima o cadáver do pai em um pequeno ritual, acreditando que possa voltar a ter uma vida normal.





Zaleska demonstra um leque maior respectivo a suas emoções, diferente do pai, de personalidade essencialmente declinada ao mal. Ela vê o vampirismo como uma maldição e busca desesperadamente uma cura, mas ainda assim precisa se alimentar de sangue, então as vítimas não acabam. O filme explora temas psicológicos e metafóricos relacionados ao vampirismo, enriquecendo a trama. Um grande destaque é atuação de Holden como Zaleska, que traz uma presença imponente e misteriosa ao papel, cativando o espectador desde sua primeira aparição. A interpretação é equilibrada, entregando nuances de vulnerabilidade e poder ao personagem. É importante salientar que o filme traz uma dose de erotismo e tensão sexual, algo inofensivo nos dias de hoje, mas que preocupou os censores da época. Zaleska atrai uma moça para posar sem blusa, e há uma clara tensão entre ela e seu servo Sandor. Esses elementos deixaram a narrativa mais intrigante. Mesmo que  de forma sutil, atribui-se aqui a primeira vez que as implicações lésbicas são incorporadas em um filme. Comparando os dois filmes, é inegável que Bela Lugosi imortalizou a imagem de Drácula, porém com uma atuação exagerada e um roteiro não muito dinâmico. Já o segundo filme apresenta muito mais fluidez, com um texto mais maduro e melhores atuações, sem falar na atmosfera envolvente e na história cativante. Por esses motivos, SUSPIRO E ARREPIO RECOMENDA!









Rotten Tomatoes: 🍅64% Tomatometer / 🍿43%
Audience Score IMDb: 6,3

País: EUA
Direção: Lambert Hillyer
Roteiro: John L. Balderston, Garrett Fort, David O. Selznick, Bram Stoker
Produção: E.M. Asher
Elenco: Gloria Holden, Otto Kruger, Marguerite Churchill, Irving Pichel, Edward Van Sloan, Nan Gray, Hedda Hopper, Gilbert Emery, Claude Allister, E.E. Clive, Halliwell Hobbes, Billy Bevan, Gordon Hart, Douglas Wood
Distribuidora: Universal Pictures

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