Diferente do curta de 2016 que centrava-se mais em uma fantasia, aqui na minissérie temos a adição de uma grande dose de terror. O planeta possui um diversificado ecossistema que às vezes em contraste com sua beleza, apresenta um chocante ciclo natural de nascimento e morte, que desafia a percepção humana e que por vezes pode ser muito hostil aos recém chegados que aqui no caso são os intrusos. Temos insetos gigantes, lama, fluídos, muito sangue, fungos, criaturas simbiontes, tudo isso compondo um grande organismo que parece não diferenciar sistemas orgânicos de sistemas tecnológicos, sendo possível que eles venham até a se fundir. Claramente percebe-se a influência de artistas como Moebius e Hayao Miyazaki no que diz respeito a cores e toda a ambientação. É possível também perceber um pouco da atmosfera de Alien, o 8º Passageiro (1979) assim como características do terror cósmico de Lovecraft.
Não se trata do bem contra o mal, é simplesmente o ser humano com seus conflitos psicológicos internos tentando lidar com uma situação adversa muito maior do que ele próprio. Crise existencial ao mesmo tempo em que você luta pela vida em uma terra selvagem. É curioso que a nave tenha o nome de Demeter, remetendo a história de Drácula. Assim como no navio, os tripulantes estão a deriva, contidos em um lugar com uma força hostil que eles desconhecem. Inclusive, no planeta Vena, eles lidam com criaturas que assim como os vampiros, se alimentam de sangue. Um dos sobreviventes, de certa maneira vira um equivalente ao personagem Renfield, servo de Drácula. Sua função, dentre outras, era buscar alimento para seu mestre. Aqui ness planeta existem criaturas que através da simbiose, estabelecem um controle mental sobre suas vítimas. Para alguns personagens o maior terror são os seus dramas internos, levantando grandes discussões sobre a vida e a morte em situações bem horripilantes. A história apresenta vários momento oníricos, mas tudo sempre bem esclarecido e situado. Os diálogos não são extensos e as várias cenas rotineiras da natureza, contam por si só, a história de maneira bem efetiva. Parece um programa da National Geografic encontrando a ficção científica e o terror. A trama é bem desenvolvida e apresenta um bom desfecho, deixando elementos que até permitiriam uma continuidade, mas para sermos sinceros, não há essa necessidade. O entretenimento é garantido. Por esses motivos, SUSPIRO E ARREPIO RECOMENDA!
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