FILME - The Long Dark Trail (2022)


Em uma manhã bem cedo, os irmãos Henry e Jacob acordam tomando todo o cuidado para não fazer nenhum barulho, e de maneira muito sorrateira e coordenada, acabam amarrando o próprio pai que ainda dormia na cama. Pai esse que na verdade é extremamente abusivo, e no decorrer da história, através de flashbacks, fica claro do que ele é capaz. Cansados de tal vida, os garotos fogem de casa e Henry, que é o mais velho, sugere que eles partam em busca de sua mãe, que foi embora há alguns anos. Baseando-se nas informações de um militar veterano local, eles arrumam provisões, e em uma mapa traçam o caminho em meio a uma densa floresta no interior da Pensilvânia nos Estados Unidos. 


Quanto mais eles adentram nessa floresta, mais sombria se torna sua jornada. Depois de encontrarem pedras com estranhos sinais gravados em um peculiar cemitério, os dois são tomados por bizarras e perturbadoras alucinações que colocarão a sua sanidade à prova, ao mesmo tempo em que são raptados por um grupo que se revela ser um culto de mulheres sob o comando de um homem. Essa curta produção de 78 minutos que apresenta uma belíssima direção de fotografia tinha muito potencial. Ficamos com a sensação de que a direção e a produção, claramente parecem ser os profissionais que sabem muito bem o que fazer com a câmera, mas não com o roteiro. O filme quase não tem diálogos, ele é extremamente visual e a trama apesar de ser simplista, tem momentos oníricos um pouco confusos com alguns pequenos cortes e inserções repentinas. É muito fácil criar empatia pelos garotos que já sofrem uma vida de horror na mão do pai mas acaba sendo tudo muito subjetivo e sem aprofundamento ou com cenas mais dinâmicas. Em nenhum momento do filme temos a sensação de perigo iminente, e sim, isso é um problema para um filme que leva o rótulo de terror, mas acaba entregando muita intenção e pouco resultado. Há uma cena onde chega a se criar um flerte com o gore, mas no final o espectador fica na vontade. 





Nas entrelinhas existe uma discussão profunda sobre relação familiar, abandono, violência e sexismo, mas falta texto, faltam motivos e justificativas suficientes, deixando a história solta no que diz respeito principalmente ao núcleo do culto. Destaque para algumas boas cenas com efeito de maquiagem bem interessantes. A vibe boa entre os carismáticos Henry e Jacob, que são irmãos na vida real, Brady O'Donnell e Carter O'Donnell, acaba ajudando no que diz respeito a amadora atuação de ambos. Esse filme na verdade é um drama com pequenos vestígios de terror. Não foi ruim de se assistir, ele é visualmente confortável, muito por causa da paisagem e da trilha sonora, que aos poucos muda de acordo com o tom apresentado, porém não temos terror de fato. Nós gostamos bastante do poster desse filme, mas talvez ele esteja sugerindo algo maior do que realmente é. Por esses motivos, SUSPIRO E ARREPIO DEIXA POR SUA CONTA E RISCO!

IMDb: 2,9

País: EUA
Direção: Kevin Ignatius, Nick Psinakis
Roteiro: Kevin Ignatius, Nick Psinakis
Produção: Michael Kraetzer, Nicolás Onetti
Elenco: Trina Campbell, Brady O'Donnell, Carter O'Donnell, Michael Thyer
Distribuidora: Four Eighteen Films

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