O tema de When Animals Dream (2014) já foi abordado anteriormente em outros filmes, e até lembramos de uma resenha recente sobre o fraco Bloodthirsty (2020). Mas aqui temos mais maturidade em um roteiro sólido e confiante. A jovem Marie vive com seus pais em uma pequena vila pesqueira na costa dinamarquesa. Marie está passando por transformações em seu corpo que remetem aos problemas de saúde de sua debilitada mãe, e devido a isso tem passado por um monitoramento médico.
Essas suspeitas ficam mais evidentes quando Marie percebe o tom das conversas entre seu pai e o médico, que está sempre presente para aplicar injeções em sua mãe, confinada em uma cadeira de rodas e sem soltar uma palavra. Tudo começa a mudar quando Marie consegue um emprego na fábrica de peixes, onde primeiro é submetida a uma controversa cerimônia de boas-vindas, para depois ser assediada por alguns funcionários, em uma brincadeira sem graça nenhuma que beira a agressão sexual. Depois de todo esse stress, o corpo de Marie começa a mudar, pelos começam a crescer em seu peito e costas, e os seus olhos mudam de cor, ao mesmo tempo em que seu apetite sexual aflora de maneira agressiva.
Marie vai descobrir que um segredo do passado ligado a sua mãe, parece ter definido a maneira como sua família vive perante a comunidade, mas diferente da escolha de seu pai, ela não vai se submeter mais a essa situação. Aqui temos uma história de lobisomem com a metáfora do drama adolescente e toda a sua estranheza sobre amadurecimento, puberdade, sexualidade e empoderamento, condensados na personalidade de Marie. O filme apresenta uma bela e melancólica fotografia de um lugar que parece uma pintura. Essa atmosfera exalta aquela característica dramática presente em filmes europeus. É de curta duração, há violência e sangue, mas talvez não agrade a todos por não ter a dinâmica de ação e os closes que muitos esperam por exemplo, de um filme americano sobre lobisomens. Não é uma produção de grande orçamento, mas o diretor é honesto e eficiente no que promete entregar. É interessante e original a ideia de levar a mitologia dessa criatura a um outro ambiente, que não a tradicional floresta. Por esses motivos, SUSPIRO E ARREPIO RECOMENDA!
Rotten Tomatoes: 🍅73% Tomatometer / 🍿44% Audience Score
IMDb: 5,8
País: Dinamarca, França
Direção: Jonas Alexander Arnby
Roteiro: Rasmus Birch
Produção: Ditte Milsted, Caroline Schlüter
Elenco: Sonia Suhl, Lars Mikkelsen, Sonja Richter, Jakob Oftebro, Stig Hoffmeyer, Mads Riisom, Esben Dalgaard, Gustav Dyekjær Giese, Benjamin Boe Rasmussen, Tina Gylling Mortensen,
Distribuidora: Radius TWC
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