Conhecido como Maestro do Macabro, Mario Bava é um dos maiores diretores do cinema italiano da chamada Era de Ouro do horror. Além da direção, também atuou em roteiros, efeitos especiais e fotografia. Nasceu em 30 de julho de 1914 em San Remo, na região Liturgia, Itália. Filho de Eugenio Bava, um escultor pioneiro na fotografia de efeitos especiais e cinegrafista, Mario iniciou sua carreira artística como pintor e nela ficou até seus 20 anos. Devido a falta de rentabilidade de sua profissão e tendo o ambiente do cinema muito próximo pelo seu pai, tornou-se assistente de alguns diretores e trabalhou junto com Eugenio no departamento de efeitos especiais do Instituto Luce. Aprendeu diversas técnicas, legendou filmes, animou sequências. Querendo melhorar sua carreira, em 1939 tornou-se cinematógrafo e diretor de fotografia. Nesse período esteve em produções de grandes diretores da época, como Roberto Rossellini. Foi em 1956 que dirigiu seu primeiro longa-metragem. Contratado inicialmente para ser operador de câmera e diretor de fotografia do primeiro filme de terror italiano pós cinema mudo, I vampiri / Lust Of The Vampire, assumiu o lugar do diretor Riccardo Freda, que abandonou o projeto. Bava dirigiu a produção de 12 dias em apenas 2, com um resultado primoroso. Nesse momento ele passou a receber um certo reconhecimento e passou a dirigir partes de filmes, como La Fachi Di Ercole/ Hercules (1958). O primeiro longa que dirigiu inteiro foi Le Morte Viene Dallo Spazio / The Day The Sky Exploded (1958), mas por não ter muita experiência não foi creditado. Em 1959 assumiu, novamente, a direção de um filme de Freda, Caltiki Il Monstro Immortale / Caltiki The Immortal Monster e, mais uma vez, não recebeu os créditos. O produtor do filme, Lionello Santi, para recompensá-lo, deu a oportunidade dele escolher o filme que queria estrear, oficialmente, como diretor. Assim, em 1960, Mario Bava fez La Maschera Del Demonio / Black Sunday, o último grande terror italiano em preto e branco. Sucesso de público e de crítica, o filme levou a atriz britânica Barbara Steele ao estrelato e ela foi considerada como a primeira rainha do horror. Em 1962 dirigiu seu último filme em preto e branco, La Ragazza Che Sappeva / The Girl Who Knew Too Much que é apontado como uma das origens do giallo. Nos anos seguintes, Mario realizou I Tre Volti Della Paura / Black Sabbath (1963), admirado tanto por Ozzy Osbourne que batizou sua banda com esse nome, La Frusta E Il Corpo / The Whip And The Body (1963), Sei Done Per L’Assassino / Blood and Black Lace (1964), Terrore Nello Spazio / Planet Of The Vampires (1965), que foi influência para o roteiro de Alien (1979), e Operazione Paura / Kill, Baby… Kill! (1966). Por problemas pessoais e pela morte de seu pai em 1966, evitou fazer filmes do gênero por dois anos. Voltou em 1968 com Diabolik / Danger: Diabolik, aclamado como uma das mais inteligentes adaptações dos quadrinhos. E continuou com Il Rosso Familiar Della Follia / A Hatchet For The Honeymoon (1969), Cinque Bambole E La Luna D’Agosto / Five Dolls For An August (1970), Reazione A Catena / A Bay Of Blood (1971), considerado um dos primeiros filmes de slasher e descaradamente copiado em Friday The 13th Part 2 (1981), Gli orrori del castello di Norimberga / Baron Blood (1972) e Lise E Il Diavolo / Lisa And The Devil (1973). Este último não teve um bom recebimento por parte do público e foi um fracasso financeiro.
Anos depois, em 1996, foi resgatado, remontado por seu filho, Lamberto Bava (que já trabalhava como seu assistente de direção desde 1966), e lançado como Semaforo / Kidnapped. Com uma sequência de insucessos comerciais e desiludido com a indústria cinematográfica, Bava realizou o último filme de sua carreira Schock (1977) com roteiro de Lamberto. No longa, ele fez todos os storyboards, mas dirigiu apenas partes para auxiliar Lamberto a ganhar experiência na direção. Seu último trabalho nas artes foi como designer de efeitos especiais, colaborando na concepção visual de Inferno (1980) de Dario Argento. Faleceu em 25 de abril de 1980, aos 65 anos, em decorrência de um ataque cardíaco em Roma. O legado de Bava é inestimável. Sua genialidade, criatividade e seu talento ressignificam o horror da época e seus trabalhos tornaram-se inspiração para vários cineastas célebres, como Martin Scorsese, Quentin Tarantino, Tim Burton, John Carpenter e David Cronenberg. Sua alcunha de Maestro do Macabro é categórica e incontestável. Mario Bava será sempre um dos maiores cineastas do horror!
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