Essa animação foi escrita, produzida e dirigida por Phil Tippett. Você pode até não conhecê-lo de nome, mas é improvável que nunca tenha passado os olhos em alguns dos seus trabalhos. Falaremos especificamente de Phil Tippett no nosso quadro “Personalidade”, mas resumindo, o cara é um premiado mago dos efeitos visuais, e basicamente é um sucessor de outro grande mestre, Ray Harryhausen. Suas maiores técnicas consistem justamente em animações com stop motion. Tippett começou a filmar Mad God em 1990, nos intervalos do seu trabalho em Robocop 2. Levando em consideração que o recurso de stop motion estava perdendo espaço para a computação gráfica e que esse projeto próprio levaria muito tempo e dinheiro, somado ao aumento na demanda dos serviços de sua empresa, a Tippett Studio, Mad God ficou para trás e seu material arquivado.
Praticamente quase 20 anos depois, incentivado pelos seus colaboradores, que se depararam com maquetes e figuras guardadas em caixas do seu depósito, Tippett retomou a produção de seu filme. Esse processo virou um grande laboratório, contando com uma equipe diversificada formada por voluntários com alguma experiência e outros com nenhuma. O filme acabou sendo lançado em 2021. Segundo Tippett, seu objetivo era apresentar uma grande experiência visual ao espectador, isso é o que importa, mesmo que pareça ter um enredo básico conduzindo uma história. Somos apresentados a um mundo completamente devastado, que vai se revelando em várias camadas, de maneira gradativa. Dentro desse mundo, lá no seu topo, uma figura central, o assassino desce dentro de um sino de mergulho passando por vários estágios, andares ou camadas inferiores, até chegar ao fundo ou base de todo esse cenário.
Por todo lugar que o assassino percorre, não existe o menor sinal de harmonia. Tudo nesse mundo violento é velho, sujo, degradado, composto por ruínas, onde vivem bizarras figuras disformes e retorcidas que soltam fluídos a todo momento. O assassino possui um mapa e carrega uma maleta, parecendo estar em uma missão, até que sua jornada é interrompida e o grupo que vive lá no topo tem que enviar um substituto. A história pode não fazer muito sentido, ela não apresenta uma linearidade e o próprio Tippett não estava preocupado com isso. Apesar disso, tudo é muito subjetivo, cheio de simbologias e metáforas. Basicamente o enredo mostra um ciclo infinito de autodestruição da civilização. Diferentes perspectivas da mente de Tippett referente aos 30 anos dessa produção, estão inseridos nessa grande colcha de retalhos visual, que realmente é sensacional. Tippett pegou como referência base os trabalhos de colagem de outro grande gigante do cinema, o tcheco Karel Zeman. Essa animação produzida em stop motion, também se utiliza de cgi e em alguns momentos temos atores de verdade. O entretenimento aqui é garantido. Por esses motivos, SUSPIRO E ARREPIO RECOMENDA!
Rotten Tomatoes: 🍅91% Tomatometer / 🍿69% Audience Score IMDb: 6,8
País: EUA
Direção: Phil Tippett
Roteiro: Phil Tippett
Produção: Phil Tippett
Elenco: Alex Cox, Niketa Roman, Satish Ratakonda, Harper Taylor, Brynn Taylor
Distribuidora: Shudder
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