Revisitamos a versão do diretor David Cronenberg de The Fly, de 1986, que recentemente completou 37 anos, e ao nosso parecer o filme envelheceu bem. A história já começa sem enrolação nenhuma, com o cientista Seth Brundle em uma conversa desajeitada com a bela jornalista Veronica Quaife, em uma festa dos laboratórios Bartok Science Industries. Seth consegue chamar a atenção e convence Veronica a acompanhá-lo até o laboratório de sua casa.
Depois de um discurso prometendo revolucionar o mundo científico, ele revela as máquinas referentes ao seu experimento. São cápsulas que ele nomeou como telepods, cuja função é o teletransporte. A princípio, Veronica acha que é uma piada, até que Seth as coloca para funcionar, e ela fica desacreditada. Seu primeiro ímpeto é de ir imediatamente revelar ao mundo a descoberta de Seth, mas ele pede precaução e tempo, pois as cápsulas até o momento só conseguem transportar objetos inanimados. Os dois se aproximam e começam uma relação amorosa, além de uma parceria profissional, com Veronica fazendo registros diários de Seth no laboratório. Depois de várias tentativas, falhas e até a morte de cobaias, Seth finalmente consegue executar o teletransporte de um babuíno. Paralelo a isso, sempre de olho em Veronica, temos seu possessivo editor chefe e ex-namorado Stathis, que fica interessado sobre a história do promissor cientista. Em uma noite solitária, depois de muita bebedeira, Seth decide entrar em uma das cápsulas como cobaia, e sem que ele perceba, uma mosca passa despercebida, e durante o processo de teletransporte, os dois ocupantes se fundem em nível molecular. Começa então o aterrorizante e dramático processo de transformação do corpo de Seth em uma mosca humana. No começo, tudo é alegria, com ele experimentando força sobre humana, e então começa a alteração de personalidade seguida da gradativa deterioração de sua pele. Com David Cronenberg na direção, obviamente é um processo extremamente nojento. Um bom exemplo disso, é que agora, Seth precisa vomitar uma espécie de ácido sobre a comida, antes de ingerí-la.
Foi na época, e ainda é angustiante acompanhar a mutação daquele que agora se autodenomina Brundlefly. O trabalho de produção, design e caracterização enchem os olhos ainda hoje, e o ator Jeff Goldblum conseguiu entregar uma interpretação visceral no papel de Seth Brundle, chegando a ser indicado e premiado. No momento em que seu corpo já está completamente deformado, em uma sequência bem dramática e sofrida, sentimos uma atmosfera digna de Frankenstein, quando Seth já não sabe onde termina o homem e onde começa o monstro. Geena Davis está bem no papel de Veronica, que é companheira e sofre junto até o final do processo, quando Seth passa a ser um risco para ela. E quem diria que o ex-companheiro tóxico, que a azucrinou o filme inteiro, seria aquele a partir em sua defesa. Esse clássico filme de terror e ficção científica marcou uma época e é um entretenimento garantido aos que já conhecem e aos que acabaram de chegar. A sequência The Fly II com a história do filho de Seth e Veronica, veio em 1989. Vale lembrar que The Fly (1986) é uma refilmagem de The Fly (1958), que teve as sequências Return of the Fly (1959) e Curse of the Fly (1965). Por esses motivos, SUSPIRO E ARREPIO RECOMENDA!
Rotten Tomatoes: 🍅93% Tomatometer / 🍿83% Audience Score IMDb: 7,6
País: EUA, Canadá
Direção: David Cronenberg
Roteiro: David Cronenberg, Charles Edward Pogue
Produção: Stuart Cornfeld
Elenco: Jeff Goldblum, Geena Davis, John Getz, Joy Boushel, Leslie Carlson, George Chuvalo, Michael Copeman, David Cronenberg, Carol Lazare, Shawn Hewitt
Distribuidora: 20th Century Fox
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