FILME - Skinamarink / Skinamarink: Canção de Ninar (2022)


Recentemente esse filme viralizou na internet ao mesmo tempo em que criou-se um grande hype ao seu redor. Pensando agora, se tivéssemos assistido antes na tv, o impacto e a experiência imersiva não teria sido a mesma como a do cinema, afinal esse filme com poucas falas, é uma grande colcha de retalhos em termos de experiência visual. Sejamos sinceros que esse tempo de 1h 40m não agradará muitos. O filme é lento, conceitual, sem dinâmicas, cheio de metáforas e subjetivo. O diretor se utiliza de vários artifícios visuais e sonoros para provocar o espectador, à medida em que o panorama da história vai sendo explanado, e isso pode trazer diferentes interpretações. 


Não seguindo necessariamente uma linearidade em termos de tempo e espaço, temos duas crianças sozinhas à noite dentro de uma casa, os irmãos Kevin e Kaylee, oprimidos por uma atmosfera escura e sugestiva. Aqueles temores noturnos que toda criança já teve, são evocados aqui. Portas semi-abertas, luzes piscando, aquele olhar fixo para o teto ou a parede onde figuras parecem se formar. Por vezes, ou o pai ou a mãe aparecem em momentos distintos, e de um jeito muito esquisito ,não respondem de maneira clara os filhos. Em nenhum momento os rostos dos adultos ou crianças são mostrados de maneira clara. Só vemos sequências de pés, costas, parte da cabeça e planos de lado. Em dado momento a trama parece seguir um rumo sobrenatural, com a presença de uma imponente voz que passa instruções perturbadoras às crianças, que claramente com medo, saem do quarto e vão dormir na frente da tv na sala. 




Mas talvez o terror aqui seja maior e bem realista. Vários aspectos indicam que essas crianças possam estar sendo submetidas a algum tipo de violência. Temos o abandono, e o fato de que os pais não aparecem juntos. Uma das crianças questiona, onde teria ido o pai e se ele foi ficar junto com a mãe. A outra responde que não quer falar sobre a mãe. Dá a entender que houve uma separação. Num outro momento, uma voz adulta fala ao telefone, que uma das crianças caiu na escada e levou pontos, mas passa bem. Temos várias cenas onde a perspectiva das crianças mostra a casa de cabeça para baixo, sugerindo que sua nova realidade foi distorcida, sem falar em flashes que sugerem violência real, como sangue. Esse filme rendeu reflexões, ainda o estamos fazendo e já explanamos mais do que deveríamos por aqui. Não queremos estragar a experiência de ninguém. Nos parece muito um filme experimental, com uma proposta interessante e com uma possível trama de terror psicológico avassaladora, que deve fomentar novas tendências no gênero. Por esses motivos, SUSPIRO E ARREPIO RECOMENDA!


Rotten Tomatoes: 🍅71% Tomatometer / 🍿44% Audience Score IMDb: 5,1

País: EUA
Direção:  Kyle Edward Ball
Roteiro: Kyle Edward Ball
Produção: Kyle Edward Ball
Elenco: Lucas Paul, Dali Rose Tetreault, Ross Paul, Jaime Hill
Distribuidora: IFC Midnight

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