A campanha de divulgação desse filme foi bem elaborada e assertiva, causando uma expectativa no público, devido a toda uma história misteriosa criada em torno dele, tudo planejado com foco no marketing. Essa ideia já começa no complemento do título, “O Filme Mais Mortal Já Feito”. É curioso que mesmo utilizando uma fórmula já saturada, que não traz novidade nenhuma, as pessoas tenham sido atraídas por tal publicidade. Nessa produção de baixo orçamento, temos um filme sendo apresentado dentro de um filme. Ele começa em formato de falso documentário (mockumentary), onde profissionais da indústria de cinema, apresentam relatos a respeito da maldição que envolve um filme dos anos 70 chamado Antrum.
Devido ao seu conteúdo, que parece ser perturbador, desde a primeira exibição ele foi não só associado a tragédias, mas também apontado como o causador de incêndios, mortes e reações das mais adversas em seus espectadores na época de sua exibição. Depois de um tempo, esse filme tido como amaldiçoado e que foi alvo de tanta polêmica, foi dado como perdido, até que em 2018, uma produtora conseguiu reavê-lo em um leilão. Essa introdução é seguida de um aviso sobre possíveis perigos se nos propormos a assisti-lo, e que a produtora não se responsabiliza por qualquer consequência. Então, aos nove minutos tem início de fato o filme Antrum, que traz a história da adolescente Oralee e o garotinho Nathan, dois irmãos, que acabam de perder Maxine, sua cachorra que acabou de ser sacrificada. Depois da mãe dizer a Nathan, que a cachorra era má e por esse motivo não foi para o céu, ele começa a ter pesadelos que o deixam convencido de que a alma de Maxine foi para o inferno.
Percebendo o sofrimento do irmão, Oralee propõe uma maneira inusitada de resgatá-la. Começa então a jornada dos dois, repleta de momentos oníricos e por vezes não temos certeza de quando é sonho, alucinação ou realidade. Algumas sequências com ar meio perturbador, inseridas em rápidos flashes de maneira sugestiva, parecem ter sido tiradas de alguma creepypasta. A modesta produção é repleta de simbolismos, e se passa quase que por inteiro no meio de uma floresta, que segundo Oralee conta a Nathan, foi o lugar onde Satanás caiu ao ser expulso do céu. Alguns temas ligados a relacionamento, cumplicidade, mentira e suas consequências, são abordados de várias maneiras nesse filme experimental que desenvolve bastante o terror psicológico. Não é um trabalho que agradará a todos, principalmente o espectador que precisa de linearidade. Tem muito conteúdo subjetivo. Ainda sim pode surpreender criando questões que continuarão a ser discutidas depois de assistí-lo. Não nos matou de medo como prometido, mas sempre estamos abertos a conferir uma nova proposta, então valeu a pena conferir esse filme que já estava na nossa fila há um bom tempo, porém, não o consideramos um “cult” como tem sido rotulado. Por esse motivos, SUSPIRO E ARREPIO DEIXA POR SUA CONTA E RISCO!
Rotten Tomatoes: 🍅76% Tomatometer / 🍿46% Audience Score
IMDb: 4,9
País: Canadá
Direção: David Amito, Michael Laicini
Roteiro: David Amito, Michael Laicini
Produção: David Amito, Michael Laicini
Elenco: Nicole Tompkins, Rowan Smyth, Dan Istrate, Shu Sakimoto, Pierluca Arancio, Circus-Szalewski, Kristel Elling, Lucy Rayner
Distribuidora: Uncork'd Entertainment
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