FILME - The Phantom Of The Opera / O Fantasma Da Ópera (1925)


Temos aqui mais um grande clássico da história do cinema. De todas as versões produzidas, O Fantasma Da Ópera de 1925, dirigido por Rupert Julian e produzido por Carl Laemmle, é a mais consagrada e a que mais se aproxima da narrativa escrita por Gaston Leroux em 1910. A história nos leva ao Palácio da Ópera de Paris, tido como uma santuário para os amantes da música, e que curiosamente foi construído sobre antigas câmaras de tortura medievais em masmorras ocultas, que há muito tempo estão esquecidas. Está começando uma temporada com a produção de Fausto de Charles Gounod, e ao mesmo tempo que acontece o espetáculo, uma negociação está sendo fechada. 


A partir de agora a Ópera tem uma nova gerência, e assim que se encerram as negociações, os novos proprietários são alertados sobre a presença do tal “fantasma”, uma lenda local em torno de uma misteriosa figura que geralmente ocupa lugar na cabine de nº 5 do auditório. Eles desdenham da história, no entanto curiosos, aproveitam o meio da apresentação e vão até a cabine nº 5 dar uma averiguada. Uma das atendentes da Ópera aparece no corredor e até tenta fazer com que eles desistam, mas determinados, os homens acabam entrando na cabine e ficam perplexos ao ver uma enigmática figura de veste escuras, assistindo a peça. Eles saem da sala incrédulos e resolvem voltar mais uma vez, porém agora a sala se encontra vazia. São pequenas aparições dessas que alimentam a lenda do suposto Fantasma  que eventualmente aparece para algumas pessoas que o vêem de relance em meio às sombras. Essa história inclusive é confirmada por um dos assistentes de produção, aumentando ainda mais o terror entre as bailarinas do musical. A figura é descrita como um homem cuja face deformada apresenta olhos sem brilho, além de não possuir nariz, dando-lhe um verdadeiro ar de caveira. A trama vai girar em torno da paixão que o Fantasma nutre em relação a jovem Christine, uma das participantes do espetáculo. Ele envia algumas cartas ameaçadoras direcionadas à cantora principal da peça, Carlotta, lhe dizendo para não comparecer mais à apresentação, e que de agora em diante, Christine será a cantora principal. Estranhamente na noite da estréia, Carlotta ficou indisposta e Christine acabou brilhando. Paralelo a isso, temos o conde Raoul, o par amoroso de Christine. Certo de que ela já realizou seu sonho de cantar na ópera, chega a lhe fazer uma proposta para que largue essa vida e se case com ele. Ela diz que não pode abrir mão de seu próprio sonho e acha melhor que Raoul a esqueça. Em seguida, em seu camarim, Christine vai receber instruções de uma enigmática, porém bela voz que parece soar entre as paredes. A voz que se apresenta como seu Mestre, lhe promete muito sucesso e fama, sendo seu mentor, desde que Christine siga as seguintes condições. Ela deve se dedicar única e exclusivamente a sua carreira, e a seu Mestre. Para isso, ela deve inclusive não encontrar mais Raoul. Se deixando levar pela bela voz, ela aceita os termos. O fato é que a cantora Carlotta, que não se deixa intimidar, ainda está na ativa, então desta vez o Fantasma é mais direto e mais ameaçador caso ela apareça para cantar. 




A partir desse momento as ações do Fantasma tomam proporções maiores, inclusive assassinando pessoas e trazendo Christine aos túneis do subsolo da Ópera, para lhe conhecer pessoalmente. Ela se assusta ao ver um homem que esconde a face atrás de uma máscara. Ele revela o seu amor por Christine e diz que ela não corre perigo, desde que nunca toque em sua máscara. Todos sabem que Christine não seguirá essas recomendações. Além do mais, outra figura misteriosa que perambulava os corredores da Ópera, acaba se revelando como o policial Ledoux, que há algum tempo já segue no encalço do Fantasma, que na verdade se chama Erik, um músico autodidata, mestre nas artes obscuras e um criminoso fugitivo da Ilha do Diabo. Uma excelente história de drama e terror, tendo o lendário mestre das mil faces, Lon Chaney como intérprete e criador da assustadora maquiagem do Fantasma. Destaque para a cena onde ele é desmascarado pela primeira vez, o que é realmente assustador. A produção do filme é belíssima, principalmente no que diz respeito à cenografia construída emulando o Palácio da Ópera, sem falar na fotografia. A finalização passou por vários cortes na época e uma versão alternativa deles até acabou sendo perdida em um incêndio. Hoje existem duas versões, uma preto e branco de uma hora e quarenta e seis minutos, e outra restaurada com colorização, e com duração de uma hora e trinta e um minutos. Como curiosidade vale também dizer que existiu um filme antecessor a esse, a primeira adaptação cinematográfica de O Fantasma da Ópera de 1916, produzido na Alemanha e dirigido por Ernst Matray. Esse filme é dado como perdido, pois tudo referente a ele, inclusive fotografias e cartazes queimou em um incêndio. Essa história segue mantendo sua importância cinematográfica, e já passou por pelo menos dezoito versões, sem contar as adaptações em teatro e musicais. Por esses motivos, SUSPIRO E ARREPIO RECOMENDA!

Rotten Tomatoes: 🍅 90% Tomatometer / 🍿84% Audience Score IMDb: 7,5

País: EUA
Direção: Rupert Julian
Roteiro:  Gaston Leroux, Bernard McConville
Produção: Carl Laemmle
Elenco: Lon Chaney, Mary Philbin, Norman Kerry, Arthur Edmund Carewe,  Gibson Gowland, John St. Polis, Snitz Edwards, Virginia Pearson, Mary Fabian, Edith Yorke, Cesare Gravina, John Miljan, Chester Conklin, Bernard Siegel
Distribuidora: Universal Pictures

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