É possível encontrar cartazes e capas de Blu-ray desse filme com dois nomes diferentes. O que aconteceu é que, anteriormente chamado de Dementia, esse projeto do diretor John Parker, foi concebido como um curta-metragem experimental, para em seguida, após passar por alguns acréscimos de cenas, se tornar um longa metragem, sendo assim, lançado a partir de 1957 com o título alternativo de Daughter Of Horror. Apesar dessa leve mudança, é um filme curto, de 58 minutos e que mantém a característica experimental, por apresentar uma narrativa que destoa bem do que era apresentado na época.
Vários depoimentos da crítica relataram o filme como incoerente, mas hoje virou um cult. E de fato, o diretor não teve como seguir ao que era convencional, já que aqui nessa história, a narrativa segue um ponto de vista onírico por assim dizer. O filme começa com um narrador convidando o espectador a conhecer a verdadeira face do terror, visitando a mente de uma mulher louca. É interessante dizer que de certa maneira, o narrador já nos justifica qualquer falta de entendimento quando diz “você pode não reconhecer algumas coisas nesse mundo”. Enfim, temos essa mulher deitada na cama, do quarto de um hotel, no que parece ser um sono agitado, e logo somos transportados para o interior de sua mente, cujos pesadelos são bem reais. Ela sai caminhando pelas ruas numa sequência frenética de acontecimentos que por vezes lhe apresenta pistas do que seria a vida real. Exemplos disso são um canivete encontrado numa gaveta, a manchete de um jornal a respeito de um assassinato e o pingente que ela carrega no pescoço. Com o tempo percebemos o envolvimento em um assassinato, um pai abusivo e um comportamento que evoca uma certa paranoia sexual.
O filme é recheado de metáforas e simbolismos. Apresenta uma bela fotografia e ótimas composições de cena, como por exemplo a parte em que ele foge do policial que tem o mesmo rosto de seu pai. O narrador cita o fato de ter que lidar com demônios internos, e a maneira visual como esses personagens são mostrados é bem interessante. Um filme noir de terror psicológico, composto de características expressionistas, subestimado, e que tem muito a oferecer sobre a linguagem de cinema. Por esses motivos, SUSPIRO E ARREPIO RECOMENDA!
Rotten Tomatoes: 🍅 71% Tomatometer / 🍿55% Audience Score
IMDb: 6,7
País: EUA
Direção: John Parker
Roteiro: John Parker, Bruno VeSota
Produção: John Parker
Elenco: Adrienne Barrett, Ben Roseman, Richard Barron, Ed Hinkle, Lucille Howland, Faith Parker, Gayne Sullivan
Distribuidora: Exploitation Pictures
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