Para os amantes de H.P. Lovecraft, que assim como nós, também gostam de quadrinhos, temos esse belo trabalho 100% nacional com oito histórias reunidas, baseadas na mitologia de terror cósmico. Os quadrinhos nacionais sempre foram muito subestimados, mas a verdade é que temos excelentes ilustradores e escritores voltados para o gênero de terror. Sempre tivemos, inclusive esse é um assunto a ser abordado aqui no Suspiro e Arrepio, e por isso em breve daremos a devida atenção às histórias de grandes ilustradores brasileiros envolvidos nos famosos quadrinhos de terror dos anos 60, 70 e 80.
Diferente dessas décadas passadas, hoje temos um grande leque em termos de qualidade voltado para o roteiro desse tipo de história, tanto que as editoras têm apostado cada vez mais nesse material. A editora Draco com foco nos artistas brasileiros, nos traz essa publicação cuja capa ilustrada por João Pirolla já é um vislumbre do conteúdo interno. Aqui vamos encontrar muitas situações pertinentes ao trabalho de Lovecraft como a fé desvirtuada em grupos formados por devotos fanáticos, meteoritos caídos, canções em línguas desconhecidas, loucura e degradação mental, criaturas distorcidas, muita cabeça de peixe e lógicamente tentáculos.
Achamos as narrativas muito bem fechadas e elaboradas, e é possível imaginá-las em uma série de curtas para a tv. Uma das histórias que mais gostamos foi “Sob A Insana Luz”, com roteiro de Caiuã Araújo e arte de Marcio de Castro, sobre uma dupla de investigadores que chega a uma pequena cidade para investigar o sumiço de um grupo de cientistas que fazia pesquisas acerca da água de um rio local. A razão do mistério em torno do desaparecimento desse grupo, talvez seja a queda repentina de um meteorito. Outra que também destacamos é “Clhithmaek’Tyivh” com roteiro e arte de Lucas Pereira, sobre um grupo de antropólogos que vai de encontro a uma tribo que vive em uma região bem remota e possui costumes bem duvidosos. Tudo vai ficar mais sinistro quando uma das antropólogas descobrir o foco do ritual principal. As histórias são curtas e bem elaboradas, mérito de Raphael Fernandes que escreveu uma delas, “A Língua Da Fé”, e também foi o responsável por reunir esse time de quadrinistas.
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