Recentemente estivemos na Cinemateca Brasileira aqui em São Paulo para a exibição que celebra os 100 anos do filme alemão Nosferatu: Uma Sinfonia Do Horror, que tem uma importância muito grande não só para o gênero do terror, mas para a história do cinema. O filme dirigido por Friedrich Wilhelm Murnau e lançado em 15 de março de 1922, foi a única produção da Prana-Film, criada por Albin Grau e Enrico Dieckmann com o objetivo de só trabalhar com temas esotéricos. O roteiro foi escrito por Henrik Galeen que baseou-se no romance Drácula de Bram Stoker, porém, fazendo várias mudanças para evitar um processo, já que não tinham comprado direitos autorais.
Os nomes dos personagens foram trocados, assim como os lugares onde se passa a história, mas a adaptação mais curiosa foi o fato do vampiro se desintegrar ao contato com o sol, quando antes ele só enfraquecia seus poderes. Essa característica acabou sendo integrada à mitologia dos vampiros e em várias produções posteriores do gênero. Nosferatu é um marco do expressionismo alemão, movimento artístico que estava no auge, cujo alguns aspectos evocavam uma atmosfera onírica, sombria e distorcida da realidade. Isso estava presente não só no cinema, mas também na pintura e na literatura. A história nos apresenta ao casal Hutter e Ellen que vivem na tranquila cidade de Wisborg.
Um dono de imobiliária e também chefe de Hutter, o convoca para viajar e fechar uma compra de propriedade com o misterioso Conde Orlok que vive nos Montes Cárpatos. Curiosamente, a compra desta propriedade refere-se a uma casa abandonada em frente a de Hutter e Ellen. O casal se despede, Hutter parte em viagem, e para sua surpresa ao chegar no porto dos Montes Cárpatos, ele é alertado pelos locais sobre possíveis perigos no castelo do Conde Orlok. Já devidamente instalado no castelo, não vai demorar a Hutter, perceber o quão estranho é seu anfitrião, pois logo após cortar seu dedo, o Conde se aproxima de maneira muito repentina e eufórica ao ver o sangue escorrendo.
Na manhã seguinte Hutter acorda com estranhas marcas no pescoço e não vai demorar muito a ter pesadelos e febre. Paralelo a isso, o Conde Orlok vê a foto de Ellen em um brasão, e sem pestanejar, assina o contrato de compra da casa. Em seguida Hutter está preso no seu quarto, logo após descobrir que o Conde é um vampiro. Orlok deixa Hutter para trás e sai às pressas ao navio que o levará a Wisborg. Hutter vai ter que correr contra o tempo para tentar salvar sua esposa Ellen. O filme é bem sombrio mas tem toques de humor, inclusive com interpretações bem expressivas e com toques exagerados, característicos da época. O ator responsável por imortalizar o papel de Conde Orlok é Max Schreck.
O que não era muito comum na época e acaba chamando a atenção aqui também são as várias tomadas externas. Outro fato interessante é que houve um grande investimento em marketing para divulgação do filme, e dando uma busca pela internet é possível encontrar diferentes cartazes da época. Depois que tomou conhecimento do filme, a viúva de Bram Stoker processou a Prana-Film que ficou debilitada e entrou em falência em 1923. De lá pra cá o filme passou por algumas restaurações e algumas edições com cortes diferentes e é possível encontrar o filme no Youtube ou comprá-lo em edições de DVD e Blu-ray. Por esses motivos, SUSPIRO E ARREPIO RECOMENDA!
Rotten Tomatoes: 🍅 97% Tomatometer / 🍿87% Audience Score
IMDb: 7,9
País: Alemanha
Direção: F.W. Murnau
Roteiro: Henrik Galeen
Produção: Enrico Dieckmann, Albin Grau
Elenco: Max Schreck, Alexander Granach, Gustav von Wangenheim, Greta Schroeder, G.H. Schnell, Ruth Landshoff, John Gottowt, Gustav Botz, Max Nemetz, Wolfgang Heinz, Albert Venohr, Guido Herzfeld, Hardy von Francois
Distribuidora: Sinister Cinema, Hollywood's Attic, Republic Pictures, Kino Video, Grapevine Video, BijouFlix Releasing, Reel Media International [us], GoodTimes Home Video [us], Image Entertainment Inc., Video Yesteryear
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