FILME - Bram Stoker’s Dracula / Drácula de Bram Stoker (1992)


No último dia 13 de novembro, o filme Drácula de Bram Stoker completou 30 anos, e não poderíamos deixar de comentar esse sucesso. Na época de seu lançamento, muita gente disse não gostar do filme, devido a comparações com o Poderoso Chefão, já que é do mesmo diretor, Francis Ford Coppola. Uma comparação que não cabe, pois são universos e enredos completamente distintos. Que bom um diretor já consagrado, sair da sua zona de conforto e não se prender a um só caminho, e se permitir seguir em frente com uma ideia que já estava muito bem elaborada em sua mente.


O fato é que esse filme marcou época mesmo retratando uma história já muito conhecida no cinema, mas talvez isso se sustente por suas características únicas. Inicialmente somos levados ao ponto de partida, o ano de 1462, em plena queda de Constantinopla, quando o ataque dos turcos muçulmanos rumo a Europa ameaçava a Romênia e toda a sua cristandade. Eis que surge um nobre cavaleiro romeno,Vlad Dracula, membro da Sagrada Ordem do Dragão e um devoto protetor da igreja. Ele parte em direção ao confronto, deixando a sua amada Elisabeta com a promessa de seu retorno. Conhecido pelo apelido de Vlad o Empalador, ele fica um bom tempo fora em combate direto, até que depois de derramar muito sangue e deixar uma trilha de mortos ele prevalece vitorioso. Os turcos como vingança mandam uma flecha com uma carta destinada a Elisabeta, onde dizia que seu amado havia caído morto no campo de batalha. Após ler a carta, Elisabeta fica desolada e resolve tirar a própria vida se atirando da torre do castelo. Ao retornar, Vlad se vê injustiçado ao ver que aquele cujo o nome pelo qual lutou tanto, o tenha não só abandonado, mas lhe pregado uma peça. Completamente fora de si, num grande surto ele brada renunciando a Deus, prometendo ressurgir de sua própria morte. E sendo assim, ele não só se rende, mas abraça as forças das trevas. Assim começa essa grande história de amor que mistura-se ao terror. Enfim, todo mundo conhece a trama que salta para quatro séculos no futuro, no ano de 1897 em uma Londres que está a se modernizar, onde o casal de noivos Jonathan Harker e Mina Murray terão seus planos interrompidos, assim que o conde Drácula descobrir que sua amada Elisabeta, depois de tanto tempo, reencarnou. 




Os críticos negativos reclamaram da falta de um aprofundamento ao enredo, mas isso só porque, como dito antes, esperavam que Coppola mirasse em outro tipo de filme. O time de atores aqui é todo de primeira linha, com Gary Oldman dando um banho de interpretação, transitando por diferentes facetas. Há aqueles que disseram na época que a atuação era boa, mas que não seria o filme pelo qual as pessoas se lembrariam dele, mas a verdade é que essa personificação galgou um espaço a ser referenciado por muito tempo. 




Temos ainda Anthony Hopkins no papel de um icônico e caricato Van Helsing, o inimigo e caçador de Drácula. Vale lembrar que Hopkins tinha acabado de ganhar o Oscar de “melhor ator” por Silêncio dos Inocentes. O casal Jonathan e Mina são interpretados por Keanu Reeves e Winona Ryder que acaba tendo mais destaque, afinal, ela junto de Gary Oldman é que conduzem a história. Temos também a participação do músico Tom Waits, que é um ator ocasional, interpretando Renfield, o fiel servo de Drácula. O filme ganhou três Oscars, “Figurino”, “Efeitos Sonoros” e “Maquiagem”. 




A fotografia e a cenografia são exuberantes. É interessante lembrar que Coppola bateu o pé e manteve sua ideia de não usar CGI. Mandou a primeira equipe de efeitos especiais embora, e só manteve efeitos práticos, sobreposição de imagens, pintura e muita maquete. A experiência visual proporcionada ao espectador é uma mistura de filmes antigos com um toque de modernidade. É isso que o torna tão diferente dos tantos filmes sobre Drácula já feitos, além do fato de ter um tom erótico bem elevado. O próprio Coppola disse que o filme era um pesadelo erótico. Tudo isso ainda é muito bem acompanhado pela ótima trilha sonora de Wojciech Kilar. 




Um filme produzido com muito carinho e que se mantém atemporal e que deve ser indicado aos que ainda não assistiram e que merece sempre uma revisitada por quem já conhece. Por esses motivos, SUSPIRO E ARREPIO RECOMENDA!

Rotten Tomatoes: 🍅77% Tomatometer / 🍿79% Audience Score IMDb: 7,4

País: Reino Unido, EUA
Direção: Francis Ford Coppola 
Roteiro:  Bram Stoker, James V. Hart
Produção: Francis Ford Coppola, Fred Fuchs, Charles Mulvehill
Elenco: Gary Oldman, Winona Ryder, Anthony Hopkins, Keanu Reeves, Richard E. Grant, Cary Elwes, Bill Campbell, Sadie Frost, Tom Waits, Monica Bellucci, Michaela Bercu, Florina Kendrick, Jay Robinson
Distribuidora: Columbia Pictures

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